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Jó 31

1 “Fiz acordo com os meus olhos

de não olhar com cobiça para as moças.

2 Pois qual é a porção que o homem recebe de Deus lá de cima?

Qual a sua herança do Todo-poderoso, que habita nas alturas?

3 Não é ruína para os ímpios,

desgraça para os que fazem o mal?

4 Não vê ele os meus caminhos

e não considera cada um de meus passos?

5 “Se me conduzi com falsidade,

ou se meus pés se apressaram a enganar,

6 Deus me pese em balança justa,

e saberá que não tenho culpa—

7 se meus passos desviaram-se do caminho,

se o meu coração foi conduzido por meus olhos,

ou se minhas mãos foram contaminadas,

8 que outros comam o que semeei

e que as minhas plantações sejam arrancadas pelas raízes.

9 “Se o meu coração foi seduzido por mulher,

ou se fiquei à espreita junto à porta do meu próximo,

10 que a minha esposa moa cereal de outro homem,

e que outros durmam com ela.

11 Pois fazê-lo seria vergonhoso,

crime merecedor de julgamento.

12 Isso é um fogo que consome até a Destruição;

teria extirpado a minha colheita.

13 “Se neguei justiça aos meus servos e servas,

quando reclamaram contra mim,

14 que farei quando Deus me confrontar?

Que responderei quando chamado a prestar contas?

15 Aquele que me fez no ventre materno não os fez também?

Não foi ele que nos formou, a mim e a eles,

no interior de nossas mães?

16 “Se não atendi os desejos do pobre,

ou se fatiguei os olhos da viúva,

17 se comi meu pão sozinho,

sem compartilhá-lo com o órfão,

18 sendo que desde a minha juventude o criei como se fosse seu pai,

e desde o nascimento guiei a viúva;

19 se vi alguém morrendo por falta de roupa,

ou um necessitado sem cobertor,

20 e o seu coração não me abençoou

porque o aqueci com a lã de minhas ovelhas,

21 se levantei a mão contra o órfão,

ciente da minha influência no tribunal,

22 que o meu braço descaia do ombro

e se quebre nas juntas.

23 Pois eu tinha medo que Deus me destruísse,

e, temendo o seu esplendor, não podia fazer tais coisas.

24 “Se pus no ouro a minha confiança

e disse ao ouro puro: Você é a minha garantia,

25 se me regozijei por ter grande riqueza,

pela fortuna que as minhas mãos obtiveram,

26 se contemplei o sol em seu fulgor

e a lua a mover-se esplêndida,

27 e em segredo o meu coração foi seduzido

e a minha mão lhes ofereceu beijos de veneração,

28 esses também seriam pecados merecedores de condenação,

pois eu teria sido infiel a Deus, que está nas alturas.

29 “Se a desgraça do meu inimigo me alegrou,

ou se os problemas que teve me deram prazer;

30 eu, que nunca deixei minha boca pecar,

lançando maldição sobre ele;

31 se os que moram em minha casa nunca tivessem dito:

‘Quem não recebeu de Jó um pedaço de carne?’,

32 sendo que nenhum estrangeiro teve que passar a noite na rua,

pois a minha porta sempre esteve aberta para o viajante;

33 se escondi o meu pecado, como outros fazem,

acobertando no coração a minha culpa,

34 com tanto medo da multidão

e do desprezo dos familiares

que me calei e não saí de casa…

35 (“Ah, se alguém me ouvisse!

Agora assino a minha defesa.

Que o Todo-poderoso me responda;

que o meu acusador faça a denúncia por escrito.

36 Eu bem que a levaria nos ombros

e a usaria como coroa.

37 Eu lhe falaria sobre todos os meus passos;

como um príncipe eu me aproximaria dele.)

38 “Se a minha terra se queixar de mim

e todos os seus sulcos chorarem,

39 se consumi os seus produtos sem nada pagar,

ou se causei desânimo aos seus ocupantes,

40 que me venham espinhos em lugar de trigo

e ervas daninhas em lugar de cevada”.

Aqui terminam as palavras de Jó.

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Jó 32

Eliú

1 Então esses três homens pararam de responder a Jó, pois este se julgava justo.

2 Mas Eliú, filho de Baraquel, de Buz, da família de Rão, indignou-se muito contra Jó, porque este se justificava diante de Deus.

3 Também se indignou contra os três amigos, pois não encontraram meios de refutar Jó, e mesmo assim o tinham condenado.

4 Eliú tinha ficado esperando para falar a Jó porque eles eram mais velhos que ele.

5 Mas, quando viu que os três não tinham mais nada a dizer, indignou-se.

6 Então Eliú, filho de Baraquel, de Buz, falou:

“Eu sou jovem, vocês têm idade.

Por isso tive receio e não ousei dizer a vocês o que sei.

7 Os que têm idade é que devem falar, pensava eu,

os anos avançados é que devem ensinar sabedoria.

8 Mas é o espíritodentro do homem que lhe dá entendimento;

o sopro do Todo-poderoso.

9 Não são só os mais velhos, os sábios,

não são só os de idade que entendem o que é certo.

10 “Por isso digo: Escutem-me;

também vou dizer o que sei.

11 Enquanto vocês estavam falando, esperei;

fiquei ouvindo os seus arrazoados;

enquanto vocês estavam procurando palavras,

12 escutei suas palavras com toda atenção.

Mas nenhum de vocês demonstrou que Jó está errado.

Nenhum de vocês respondeu aos seus argumentos.

13 Não digam: ‘Encontramos a sabedoria;

que Deus o refute, não o homem’.

14 Só que não foi contra mim que Jó dirigiu as suas palavras,

e não vou responder a ele com os argumentos de vocês.

15 “Vejam, eles estão consternados e não têm mais o que dizer;

as palavras lhes fugiram.

16 Devo aguardar,

agora que estão calados e sem resposta?

17 Também vou dar a minha opinião,

também vou dizer o que sei,

18 pois não me faltam palavras,

e dentro de mim o espírito me impulsiona.

19 Por dentro estou como vinho arrolhado,

como odres novos prestes a romper.

20 Tenho que falar; isso me aliviará.

Tenho que abrir os lábios e responder.

21 Não serei parcial com ninguém

e a ninguém bajularei,

22 porque não sou bom em bajular;

se fosse, o meu Criador em breve me levaria.

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Jó 33

1 “Mas agora, Jó, escute as minhas palavras;

preste atenção a tudo o que vou dizer.

2 Estou prestes a abrir a boca;

minhas palavras estão na ponta da língua.

3 Minhas palavras procedem de um coração íntegro;

meus lábios falam com sinceridade o que eu sei.

4 O Espírito de Deus me fez;

o sopro do Todo-poderoso me dá vida.

5 Responda-me, então, se puder;

prepare-se para enfrentar-me.

6 Sou igual a você diante de Deus;

eu também fui feito do barro.

7 Por isso não devo inspirar nenhum temor,

e a minha mão não há de ser pesada sobre você.

8 “Mas você disse ao meu alcance;

eu ouvi bem as palavras:

9 ‘Estou limpo e sem pecado;

estou puro e sem culpa.

10 Contudo, Deus procurou em mim motivos para inimizade;

ele me considera seu inimigo.

11 Ele acorrenta os meus pés;

vigia de perto todos os meus caminhos’.

12 “Mas eu digo que você não está certo,

porquanto Deus é maior do que o homem.

13 Por que você se queixa a ele

de que não responde às palavras dos homens?

14 Pois a verdade é que Deus fala,

ora de um modo, ora de outro,

mesmo que o homem não o perceba.

15 Em sonho ou em visão durante a noite,

quando o sono profundo cai sobre os homens

e eles dormem em suas camas,

16 ele pode falar aos ouvidos deles

e aterrorizá-los com advertências,

17 para prevenir o homem das suas más ações

e livrá-lo do orgulho,

18 para preservar da cova a sua alma,

e a sua vida da espada.

19 “Ou o homem pode ser castigado no leito de dor,

com os seus ossos em constante agonia,

20 sendo levado a achar a comida repulsiva

e a detestar na alma sua refeição preferida.

21 Já não se vê sua carne,

e seus ossos, que não se viam, agora aparecem.

22 Sua alma aproxima-se da cova,

e sua vida, dos mensageiros da morte.

23 Havendo, porém, um anjo ao seu lado,

como mediador entre mil,

que diga ao homem o que é certo a seu respeito,

24 para ser-lhe favorável e dizer:

‘Poupa-o de descer à cova;

encontrei resgate para ele’,

25 então sua carne se renova

voltando a ser como de criança; ele se rejuvenesce.

26 Ele ora a Deus e recebe o seu favor;

vê o rosto de Deus e dá gritos de alegria,

e Deus lhe restitui a condição de justo.

27 Depois ele vem aos homens e diz:

‘Pequei e torci o que era certo,

mas ele não me deu o que eu merecia.

28 Ele resgatou a minha alma, impedindo-a de descer à cova,

e viverei para desfrutar a luz’.

29 “Deus faz dessas coisas ao homem,

duas ou três vezes,

30 para recuperar sua alma da cova,

a fim de que refulja sobre ele a luz da vida.

31 “Preste atenção, Jó, e escute-me;

fique em silêncio, e falarei.

32 Se você tem algo para dizer, responda-me;

fale logo, pois quero que você seja absolvido.

33 Se não tem nada para dizer, ouça-me, fique em silêncio,

e eu ensinarei a sabedoria a você”.

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Jó 34

1 Eliú continuou:

2 “Ouçam as minhas palavras, vocês que são sábios;

escutem-me, vocês que têm conhecimento.

3 Pois o ouvido prova as palavras

como a língua prova o alimento.

4 Tratemos de discernir juntos o que é certo

e de aprender o que é bom.

5 “Jó afirma: ‘Sou inocente,

mas Deus me nega justiça.

6 Apesar de eu estar certo,

sou considerado mentiroso;

apesar de estar sem culpa,

sua flecha me causa ferida incurável’.

7 Que homem existe como Jó,

que bebe zombaria como água?

8 Ele é companheiro dos que fazem o mal

e anda com os ímpios.

9 Pois diz: ‘Não dá lucro

agradar a Deus’.

10 “Por isso escutem-me, vocês que têm conhecimento.

Longe de Deus esteja o fazer o mal,

e do Todo-poderoso o praticar a iniquidade.

11 Ele retribui ao homem conforme o que este fez,

e lhe dá o que a sua conduta merece.

12 Não se pode nem pensar que Deus faça o mal,

que o Todo-poderoso perverta a justiça.

13 Quem o nomeou para governar a terra?

Quem o encarregou de cuidar do mundo inteiro?

14 Se fosse intenção dele,

e de fato retirasse o seu espíritoe o seu sopro,

15 a humanidade pereceria toda de uma vez,

e o homem voltaria ao pó.

16 “Portanto, se você tem entendimento,

ouça-me, escute o que tenho a dizer.

17 Acaso quem odeia a justiça poderá governar?

Você ousará condenar aquele que é justo e poderoso?

18 Não é ele que diz aos reis: ‘Vocês nada valem’,

e aos nobres: ‘Vocês são ímpios’?

19 Não é verdade que ele não mostra parcialidade a favor dos príncipes

e não favorece o rico em detrimento do pobre,

uma vez que todos são obra de suas mãos?

20 Morrem num momento, em plena noite;

cambaleiam e passam.

Os poderosos são retirados sem

a intervenção de mãos humanas.

21 “Pois Deus vê o caminho dos homens;

ele enxerga cada um dos seus passos.

22 Não há sombra densa o bastante,

onde os que fazem o mal possam esconder-se.

23 Deus não precisa de maior tempo para examinar os homens

e levá-los à sua presença para julgamento.

24 Sem depender de investigações,

ele destrói os poderosos e coloca outros em seu lugar.

25 Visto que ele repara nos atos que eles praticam,

derruba-os, e eles são esmagados.

26 Pela impiedade deles,

ele os castiga onde todos podem vê-los.

27 Isso porque deixaram de segui-lo

e não deram atenção aos caminhos por ele traçados.

28 Fizeram chegar a ele o grito do pobre,

e ele ouviu o clamor do necessitado.

29 Mas, se ele permanecer calado,

quem poderá condená-lo?

Se esconder o rosto, quem poderá vê-lo?

No entanto, ele domina igualmente sobre homens e nações,

30 para evitar que o ímpio governe

e prepare armadilhas para o povo.

31 “Suponhamos que um homem diga a Deus:

‘Sou culpado, mas não vou mais pecar.

32 Mostra-me o que não estou vendo;

se agi mal, não tornarei a fazê-lo’.

33 Quanto a você, deveria Deus recompensá-lo

quando você nega a sua culpa?

É você que deve decidir, não eu;

conte-me, pois, o que você sabe.

34 “Os homens de bom senso,

os sábios que me ouvem, me declaram:

35 ‘Jó não sabe o que diz;

não há discernimento em suas palavras’.

36 Ah, se Jó sofresse a mais dura prova,

por sua resposta de ímpio!

37 Ao seu pecado ele acrescenta a revolta;

com desprezo bate palmas entre nós

e multiplica suas palavras contra Deus”.

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Jó 35

1 Eliú prosseguiu:

2 “Você acha que isso é justo?

Pois você diz: ‘Serei absolvido por Deus’.

3 Contudo, você lhe pergunta: ‘Que vantagem tenho eu,

e o que ganho, se não pecar?’

4 “Desejo responder a você e aos seus amigos

que estão com você.

5 Olhe para os céus e veja;

mire as nuvens, tão elevadas.

6 Se você pecar, em que isso o afetará?

Se os seus pecados forem muitos, que é que isso lhe fará?

7 Se você for justo, o que lhe dará?

Ou o que ele receberá de sua mão?

8 A sua impiedade só afeta aos homens, seus semelhantes,

e a sua justiça, aos filhos dos homens.

9 “Os homens se lamentam sob fardos de opressão;

imploram que os libertem do braço dos poderosos.

10 Mas não há quem pergunte:

‘Onde está Deus, o meu Criador,

que de noite faz surgirem cânticos,

11 que nos ensina mais que aos animais da terra

e nos faz mais sábios que asaves dos céus?’

12 Quando clamam, ele não responde,

por causa da arrogância dos ímpios.

13 Aliás, Deus não escuta a vã súplica que fazem;

o Todo-poderoso não lhes dá atenção.

14 Pois muito menos escutará

quando você disser que não o vê,

que a sua causa está diante dele

e que você tem que esperar por ele.

15 Mais que isso, que a sua ira jamais castiga

e que ele não dá a mínima atenção à iniquidade.

16 Assim é que Jó abre a sua boca para dizer palavras vãs;

em sua ignorância ele multiplica palavras”.

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Jó 36

1 Disse mais Eliú:

2 “Peço-lhe que seja um pouco mais paciente comigo,

e mostrarei a você que se pode dizer

mais verdades em defesa de Deus.

3 Vem de longe o meu conhecimento;

atribuirei justiça ao meu Criador.

4 Não tenha dúvida, as minhas palavras não são falsas;

quem está com você é a perfeição no conhecimento.

5 “Deus é poderoso, mas não despreza os homens;

é poderoso e firme em seu propósito.

6 Não poupa a vida dos ímpios,

mas garante os direitos dos aflitos.

7 Não tira os seus olhos do justo;

ele o coloca nos tronos com os reis e o exalta para sempre.

8 Mas, se os homens forem acorrentados,

presos firmemente com as cordas da aflição,

9 ele lhes dirá o que fizeram,

que pecaram com arrogância.

10 Ele os fará ouvir a correção

e lhes ordenará que se arrependam do mal que praticaram.

11 Se lhe obedecerem e o servirem,

serão prósperos até o fim dos seus dias

e terão contentamento nos anos que lhes restam.

12 Mas, se não obedecerem,

perecerão à espadae morrerão na ignorância.

13 “Os que têm coração ímpio guardam ressentimento;

mesmo quando ele os agrilhoa eles não clamam por socorro.

14 Morrem em plena juventude

entre os prostitutos dos santuários.

15 Mas aos que sofrem ele os livra

em meio ao sofrimento; em sua aflição ele lhes fala.

16 “Ele o está atraindo para longe das mandíbulas da aflição,

para um lugar amplo e livre,

para o conforto da mesa farta e seleta que você terá.

17 Mas, agora, farto sobre você é o julgamento que cabe aos ímpios;

o julgamento e a justiça o pegaram.

18 Cuidado! Que ninguém o seduza com riquezas;

não se deixe desviar por suborno, por maior que este seja.

19 Acaso a sua riqueza, ou mesmo todos os seus grandes esforços,

dariam a você apoio e alívio da aflição?

20 Não anseie pela noite,

quando o povo é tirado dos seus lares.

21 Cuidado! Não se volte para a iniquidade,

que você parece preferir à aflição.

22 “Deus é exaltado em seu poder.

Quem é mestre como ele?

23 Quem lhe prescreveu os seus caminhos

ou lhe disse: ‘Agiste mal’?

24 Lembre-se de exaltar as suas obras,

às quais os homens dedicam cânticos de louvor.

25 Toda a humanidade as vê;

de lugares distantes os homens as contemplam.

26 Como Deus é grande! Ultrapassa o nosso entendimento!

Não há como calcular os anos da sua existência.

27 “Ele atrai as gotas de água,

que se dissolvem e descem como chuva para os regatos;

28 as nuvens as despejam em aguaceiros

sobre a humanidade.

29 Quem pode entender como ele estende as suas nuvens,

como ele troveja desde o seu pavilhão?

30 Observe como ele espalha os seus relâmpagos ao redor,

iluminando até as profundezas do mar.

31 É assim que ele governaas nações

e lhes fornece grande fartura.

32 Ele enche as mãos de relâmpagos

e lhes determina o alvo que deverão atingir.

33 Seu trovão anuncia a tempestade que está a caminho;

até o gado a pressente.

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Jó 37

1 “Diante disso o meu coração bate aceleradamente

e salta do seu lugar.

2 Ouça! Escute o estrondo da sua voz,

o trovejar da sua boca.

3 Ele solta os seus relâmpagos por baixo de toda a extensão do céu

e os manda para os confins da terra.

4 Depois vem o som do seu grande estrondo:

ele troveja com sua majestosa voz.

Quando a sua voz ressoa,

nada o faz recuar.

5 A voz de Deus troveja maravilhosamente;

ele faz coisas grandiosas, acima do nosso entendimento.

6 Ele diz à neve: ‘Caia sobre a terra’,

e à chuva: ‘Seja um forte aguaceiro’.

7 Ele paralisa o trabalho de cada homem,

a fim de que todos os que ele criou conheçam a sua obra.

8 Os animais vão para os seus esconderijos

e ficam nas suas tocas.

9 A tempestade sai da sua câmara,

e dos ventos vem o frio.

10 O sopro de Deus produz gelo,

e as vastas águas se congelam.

11 Também carrega de umidade as nuvens,

e entre elas espalha os seus relâmpagos.

12 Ele as faz girar, circulando sobre a superfície de toda a terra,

para fazerem tudo o que ele lhes ordenar.

13 Ele traz as nuvens,

ora para castigar os homens,

ora para regar a sua terra

e lhes mostrar o seu amor.

14 “Escute isto, Jó;

pare e reflita nas maravilhas de Deus.

15 Acaso você sabe como Deus comanda as nuvens

e faz brilhar os seus relâmpagos?

16 Você sabe como ficam suspensas as nuvens,

essas maravilhas daquele que tem perfeito conhecimento?

17 Você, que em sua roupa desfalece de calor

quando a terra fica amortecida sob o vento sul,

18 pode ajudá-lo a estender os céus,

duros como espelho de bronze?

19 “Diga-nos o que devemos dizer a ele;

não podemos elaborar a nossa defesa por causa das nossas trevas.

20 Deve-se dizer-lhe o que lhe quero falar?

Quem pediria para ser devorado?

21 Ninguém pode olhar para o fulgor do sol nos céus

depois que o vento os clareia.

22 Do norte vem luz dourada;

Deus vem em temível majestade.

23 Fora de nosso alcance está o Todo-poderoso, exaltado em poder;

mas, em sua justiça e retidão, não oprime ninguém.

24 Por isso os homens o temem;

não dá ele atenção a todos os sábios de coração?”

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Jó 38

O Senhor Fala

1 Então oSenhorrespondeu a Jó do meio da tempestade e disse:

2 “Quem é esse que obscurece o meu conselho

com palavras sem conhecimento?

3 Prepare-se como simples homem;

vou fazer perguntas a você, e você me responderá.

4 “Onde você estava quando lancei os alicerces da terra?

Responda-me, se é que você sabe tanto.

5 Quem marcou os limites das suas dimensões? Talvez você saiba!

E quem estendeu sobre ela a linha de medir?

6 E os seus fundamentos, sobre o que foram postos?

E quem colocou sua pedra de esquina,

7 enquanto as estrelas matutinas juntas cantavam

e todos os anjosse regozijavam?

8 “Quem represou o mar pondo-lhe portas,

quando ele irrompeu do ventre materno,

9 quando o vesti de nuvens

e em densas trevas o envolvi,

10 quando fixei os seus limites

e lhe coloquei portas e barreiras,

11 quando eu lhe disse:

Até aqui você pode vir, além deste ponto não;

aqui faço parar suas ondas orgulhosas?

12 “Você já deu ordens à manhã

ou mostrou à alvorada o seu lugar,

13 para que ela apanhasse a terra pelas pontas

e sacudisse dela os ímpios?

14 A terra toma forma como o barro sob o sinete;

e tudo nela se vê como uma veste.

15 Aos ímpios é negada a sua luz,

e quebra-se o seu braço levantado.

16 “Você já foi até as nascentes do mar,

ou já passeou pelas obscuras profundezas do abismo?

17 As portas da morte foram mostradas a você?

Você viu as portas das densas trevas?

18 Você faz ideia de quão imensas são as áreas da terra?

Fale-me, se é que você sabe.

19 “Como se vai ao lugar onde mora a luz?

E onde está a residência das trevas?

20 Poderá você conduzi-las ao lugar que lhes pertence?

Conhece o caminho da habitação delas?

21 Talvez você conheça, pois você já tinha nascido!

Você já viveu tantos anos!

22 “Acaso você entrou nos reservatórios de neve,

já viu os depósitos de saraiva

23 que eu guardo para os períodos de tribulação,

para os dias de guerra e de combate?

24 Qual o caminho por onde se repartem os relâmpagos?

Onde é que os ventos orientais são distribuídos sobre a terra?

25 Quem é que abre um canal para a chuva torrencial,

e um caminho para a tempestade trovejante,

26 para fazer chover na terra em que não vive nenhum homem,

no deserto onde não há ninguém,

27 para matar a sede do deserto árido

e nele fazer brotar vegetação?

28 Acaso a chuva tem pai?

Quem é o pai das gotas de orvalho?

29 De que ventre materno vem o gelo?

E quem dá à luz a geada que cai dos céus,

30 quando as águas se tornam duras como pedra

e a superfície do abismo se congela?

31 “Você pode amarrar as lindasPlêiades?

Pode afrouxar as cordas do Órion?

32 Pode fazer surgir no tempo certo as constelações

ou fazer sair a Ursacom seus filhotes?

33 Você conhece as leis dos céus?

Você pode determinar o domínio de Deussobre a terra?

34 “Você é capaz de levantar a voz até as nuvens

e cobrir-se com uma inundação?

35 É você que envia os relâmpagos,

e eles respondem: ‘Aqui estamos’?

36 Quem foi que deu sabedoria ao coração

e entendimento à mente?

37 Quem é que tem sabedoria para avaliar as nuvens?

Quem é capaz de despejar os cântaros de água dos céus,

38 quando o pó se endurece e os torrões de terra

aderem uns aos outros?

39 “É você que caça a presa para a leoa

e satisfaz a fome dos leões

40 quando se agacham em suas tocas

ou ficam à espreita no matagal?

41 Quem dá alimento aos corvos

quando os seus filhotes clamam a Deus

e vagueiam por falta de comida?

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Jó 39

1 “Você sabe quando as cabras-monteses dão à luz?

Você está atento quando a corça tem o seu filhote?

2 Acaso você conta os meses até elas darem à luz?

Sabe em que época elas têm as suas crias?

3 Elas se agacham, dão à luz os seus filhotes,

e suas dores se vão.

4 Seus filhotes crescem nos campos e ficam fortes;

partem, e não voltam mais.

5 “Quem pôs em liberdade o jumento selvagem?

Quem soltou suas cordas?

6 Eu lhe dei o deserto como lar,

o leito seco de lagos salgados como sua morada.

7 Ele se ri da agitação da cidade;

não ouve os gritos do tropeiro.

8 Vagueia pelas colinas em busca de pasto

e vai em busca daquilo que é verde.

9 “Será que o boi selvagem consentirá em servir você?

E em passar a noite ao lado dos cochos do seu curral?

10 Poderá você prendê-lo com arreio na vala?

Irá atrás de você arando os vales?

11 Você vai confiar nele, por causa da sua grande força?

Vai deixar a cargo dele o trabalho pesado que você tem que fazer?

12 Poderá você estar certo de que ele recolherá o seu trigo

e o ajuntará na sua eira?

13 “A avestruz bate as asas alegremente.

Que se dirá então das asas e da plumagem da cegonha?

14 Ela abandona os ovos no chão

e deixa que a areia os aqueça,

15 esquecida de que um pé poderá esmagá-los,

que algum animal selvagem poderá pisoteá-los.

16 Ela trata mal os seus filhotes, como se não fossem dela,

e não se importa se o seu trabalho é inútil.

17 Isso porque Deus não lhe deu sabedoria

nem parcela alguma de bom senso.

18 Contudo, quando estende as penas para correr,

ela ri do cavalo e daquele que o cavalga.

19 “É você que dá força ao cavalo

ou veste o seu pescoço com sua crina tremulante?

20 Você o faz saltar como gafanhoto,

espalhando terror com o seu orgulhoso resfolegar?

21 Ele escarva com fúria,

mostra com prazer a sua força e sai para enfrentar as armas.

22 Ele ri do medo e nada teme;

não recua diante da espada.

23 A aljava balança ao seu lado,

com a lança e o dardo flamejantes.

24 Num furor frenético ele devora o chão;

não consegue esperar pelo toque da trombeta.

25 Ao ouvi-lo, ele relincha: ‘Eia!’

De longe sente cheiro de combate,

o brado de comando e o grito de guerra.

26 “É graças à inteligência que você tem que o falcão alça voo

e estende as asas rumo ao sul?

27 É por sua ordem que a águia se eleva

e no alto constrói o seu ninho?

28 Um penhasco é sua morada, e ali passa a noite;

uma escarpa rochosa é a sua fortaleza.

29 De lá sai ela em busca de alimento;

de longe os seus olhos o veem.

30 Seus filhotes bebem sangue,

e, onde há mortos, ali ela está”.

—https://api-cdn.youversionapi.com/audio-bible-youversionapi/12/32k/JOB/39-c13f63a06e759636b7e1da3d9876a927.mp3?version_id=129—

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Jó 40

1 Disse ainda oSenhora Jó:

2 “Aquele que contende com o Todo-poderoso poderá repreendê-lo?

Que responda a Deus aquele que o acusa!”

3 Então Jó respondeu aoSenhor:

4 “Sou indigno; como posso responder-te?

Ponho a mão sobre a minha boca.

5 Falei uma vez, mas não tenho resposta;

sim, duas vezes, mas não direi mais nada”.

6 Depois, oSenhorfalou a Jó do meio da tempestade:

7 “Prepare-se como simples homem que é;

eu farei perguntas,

e você me responderá.

8 “Você vai pôr em dúvida a minha justiça?

Vai condenar-me para justificar-se?

9 Seu braço é como o de Deus,

e sua voz pode trovejar como a dele?

10 Adorne-se, então, de esplendor e glória

e vista-se de majestade e honra.

11 Derrame a fúria da sua ira,

olhe para todo orgulhoso e lance-o por terra,

12 olhe para todo orgulhoso e humilhe-o,

esmague os ímpios onde estiverem.

13 Enterre-os todos juntos no pó;

encubra os rostos deles no túmulo.

14 Então admitirei que a sua mão direita

pode salvá-lo.

15 “Veja o Beemote

que criei quando criei você

e que come capim como o boi.

16 Que força ele tem em seus lombos!

Que poder nos músculos do seu ventre!

17 Sua caudabalança como o cedro;

os nervos de suas coxas são firmemente entrelaçados.

18 Seus ossos são canos de bronze,

seus membros são varas de ferro.

19 Ele ocupa o primeiro lugar entre as obras de Deus.

No entanto, o seu Criador pode chegar a ele com sua espada.

20 Os montes lhe oferecem tudo o que produzem,

e todos os animais selvagens brincam por perto.

21 Sob os lotos se deita,

oculto entre os juncos do brejo.

22 Os lotos o escondem à sua sombra;

os salgueiros junto ao regato o cercam.

23 Quando o rio se enfurece, ele não se abala;

mesmo que o Jordão encrespe as ondas contra a sua boca,

ele se mantém calmo.

24 Poderá alguém capturá-lo pelos olhos,

ou prendê-lo em armadilha e enganchá-lo pelo nariz?

—https://api-cdn.youversionapi.com/audio-bible-youversionapi/12/32k/JOB/40-d3cf821bf5b7a2f8ac683199824f0a5d.mp3?version_id=129—