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Jó 1

Introdução

1 Na terra de Uz vivia um homem chamado Jó. Era homem íntegro e justo; temia a Deus e evitava fazer o mal.

2 Tinha ele sete filhos e três filhas

3 e possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de boi e quinhentos jumentos e tinha muita gente a seu serviço. Era o homem mais rico do oriente.

4 Seus filhos costumavam dar banquetes em casa, um de cada vez, e convidavam suas três irmãs para comerem e beberem com eles.

5 Terminado um período de banquetes, Jó mandava chamá-los e fazia com que se purificassem. De madrugada ele oferecia um holocaustoem favor de cada um deles, pois pensava: “Talvez os meus filhos tenham, lá no íntimo, pecado e amaldiçoado a Deus”. Essa era a prática constante de Jó.

A Primeira Provação de Jó

6 Certo dia os anjosvieram apresentar-se aoSenhor, e Satanástambém veio com eles.

7 OSenhordisse a Satanás: “De onde você veio?”

Satanás respondeu aoSenhor: “De perambular pela terra e andar por ela”.

8 Disse então oSenhora Satanás: “Reparou em meu servo Jó? Não há ninguém na terra como ele, irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e evita o mal”.

9 “Será que Jó não tem razões para temer a Deus?”, respondeu Satanás.

10 “Acaso não puseste uma cerca em volta dele, da família dele e de tudo o que ele possui? Tu mesmo tens abençoado tudo o que ele faz, de modo que os seus rebanhos estão espalhados por toda a terra.

11 Mas estende a tua mão e fere tudo o que ele tem, e com certeza ele te amaldiçoará na tua face.”

12 OSenhordisse a Satanás: “Pois bem, tudo o que ele possui está nas suas mãos; apenas não toque nele”.

Então Satanás saiu da presença doSenhor.

13 Certo dia, quando os filhos e as filhas de Jó estavam num banquete, comendo e bebendo vinho na casa do irmão mais velho,

14 um mensageiro veio dizer a Jó: “Os bois estavam arando e os jumentos estavam pastando por perto,

15 quando os sabeus os atacaram e os levaram embora. Mataram à espada os empregados, e eu fui o único que escapou para lhe contar!”

16 Enquanto ele ainda estava falando, chegou outro mensageiro e disse: “Fogo de Deus caiu do céu e queimou totalmente as ovelhas e os empregados, e eu fui o único que escapou para contar a você!”

17 Enquanto ele ainda estava falando, chegou outro mensageiro e disse: “Vieram caldeus em três bandos, atacaram os camelos e os levaram embora. Mataram à espada os empregados, e eu fui o único que escapou para contar a você!”

18 Enquanto ele ainda estava falando, chegou ainda outro mensageiro e disse: “Seus filhos e suas filhas estavam num banquete, comendo e bebendo vinho na casa do irmão mais velho,

19 quando, de repente, um vento muito forte veio do deserto e atingiu os quatro cantos da casa, que desabou. Eles morreram, e eu fui o único que escapou para contar a você!”

20 Ao ouvir isso, Jó levantou-se, rasgou o manto e rapou a cabeça. Então prostrou-se com o rosto em terra, em adoração,

21 e disse:

“Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei.

OSenhoro deu, oSenhoro levou;

louvado seja o nome doSenhor”.

22 Em tudo isso Jó não pecou e não culpou a Deus de coisa alguma.

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Jó 2

A Segunda Provação de Jó

1 Num outro dia os anjosvieram apresentar-se aoSenhor, e Satanás também veio com eles para apresentar-se.

2 OSenhorperguntou a Satanás, “De onde você veio?”

Satanás respondeu aoSenhor: “De perambular pela terra e andar por ela”.

3 Disse então oSenhora Satanás: “Reparou em meu servo Jó? Não há ninguém na terra como ele, irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e evita o mal. Ele se mantém íntegro, apesar de você me haver instigado contra ele para arruiná-lo sem motivo”.

4 “Pele por pele!”, respondeu Satanás. “Um homem dará tudo o que tem por sua vida.

5 Estende a tua mão e fere a sua carne e os seus ossos, e com certeza ele te amaldiçoará na tua face.”

6 OSenhordisse a Satanás: “Pois bem, ele está nas suas mãos; apenas poupe a vida dele”.

7 Saiu, pois, Satanás da presença doSenhore afligiu Jó com feridas terríveis, da sola dos pés ao alto da cabeça.

8 Então Jó apanhou um caco de louça e com ele se raspava, sentado entre as cinzas.

9 Então sua mulher lhe disse: “Você ainda mantém a sua integridade? Amaldiçoe a Deus, e morra!”

10 Ele respondeu: “Você fala como uma insensata. Aceitaremos o bem dado por Deus, e não o mal?”

Em tudo isso Jó não pecou com seus lábios.

Os Amigos de Jó

11 Quando três amigos de Jó, Elifaz, de Temã, Bildade, de Suá, e Zofar, de Naamate, souberam de todos os males que o haviam atingido, saíram, cada um da sua região. Combinaram encontrar-se para, juntos, irem mostrar solidariedade a Jó e consolá-lo.

12 Quando o viram a distância, mal puderam reconhecê-lo e começaram a chorar em alta voz. Cada um deles rasgou seu manto e colocou terra sobre a cabeça.

13 Depois os três se assentaram no chão com ele, durante sete dias e sete noites. Ninguém lhe disse uma palavra, pois viam como era grande o seu sofrimento.

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Jó 3

O Discurso de Jó

1 Depois disso Jó abriu a boca e amaldiçoou o dia do seu nascimento,

2 dizendo:

3 “Pereça o dia do meu nascimento e a noite em que se disse:

‘Nasceu um menino!’

4 Transforme-se aquele dia em trevas,

e Deus, lá do alto, não se importe com ele;

não resplandeça a luz sobre ele.

5 Chamem-no de volta as trevas

e a mais densa escuridão;

coloque-se uma nuvem sobre ele

e o negrume aterrorize a sua luz.

6 Apoderem-se daquela noite densas trevas!

Não seja ela incluída entre os dias do ano,

nem faça parte de nenhum dos meses.

7 Seja aquela noite estéril,

e nela não se ouçam brados de alegria.

8 Amaldiçoem aquele dia os que amaldiçoam os dias

e são capazes de atiçar o Leviatã.

9 Fiquem escuras as suas estrelas matutinas,

espere ele em vão pela luz do sol

e não veja os primeiros raios da alvorada,

10 pois não fechou as portas do ventre materno

para evitar que eu contemplasse males.

11 “Por que não morri ao nascer

e não pereci quando saí do ventre?

12 Por que houve joelhos para me receberem

e seios para me amamentarem?

13 Agora eu bem poderia estar deitado em paz

e achar repouso

14 junto aos reis e conselheiros da terra,

que construíram para si lugares que agora jazem em ruínas,

15 com governantes que possuíam ouro,

que enchiam suas casas de prata.

16 Por que não me sepultaram como criança abortada,

como um bebê que nunca viu a luz do dia?

17 Ali os ímpios já não se agitam,

e ali os cansados permanecem em repouso;

18 os prisioneiros também desfrutam sossego,

já não ouvem mais os gritos do feitor de escravos.

19 Os simples e os poderosos ali estão,

e o escravo está livre do seu senhor.

20 “Por que se dá luz aos infelizes,

e vida aos de alma amargurada,

21 aos que anseiam pela morte e esta não vem,

e a procuram mais do que a um tesouro oculto,

22 aos que se enchem de alegria

e exultam quando vão para a sepultura?

23 Por que se dá vida àquele

cujo caminho é oculto

e a quem Deus fechou as saídas?

24 Pois me vêm suspiros em vez de comida;

meus gemidos transbordam como água.

25 O que eu temia veio sobre mim;

o que eu receava me aconteceu.

26 Não tenho paz, nem tranquilidade, nem descanso;

somente inquietação”.

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Jó 4

Elifaz

1 Então respondeu Elifaz, de Temã:

2 “Se alguém se aventurar a dizer a você uma palavra,

isso tirará a sua paciência?

Mas quem pode refrear as palavras?

3 Pense bem! Você ensinou a tantos;

fortaleceu mãos fracas.

4 Suas palavras davam firmeza aos que tropeçavam;

você fortaleceu joelhos vacilantes.

5 Mas agora que se vê em dificuldade, você desanima;

quando você é atingido, fica prostrado.

6 Sua vida piedosa não inspira confiança a você?

E o seu procedimento irrepreensível não dá a você esperança?

7 “Reflita agora: Qual foi o inocente que chegou a perecer?

Onde os íntegros sofreram destruição?

8 Pelo que tenho observado, quem cultiva o mal e semeia maldade,

isso também colherá.

9 Pelo sopro de Deus são destruídos;

pelo vento de sua ira eles perecem.

10 Os leões podem rugir e rosnar,

mas até os dentes dos leões fortes se quebram.

11 O leão morre por falta de presa,

e os filhotes da leoa se dispersam.

12 “Disseram-me uma palavra em segredo,

da qual os meus ouvidos captaram um murmúrio.

13 Em meio a sonhos perturbadores da noite,

quando cai sono profundo sobre os homens,

14 temor e tremor se apoderaram de mim

e fizeram estremecer todos os meus ossos.

15 Um espíritoroçou o meu rosto,

e os pelos do meu corpo se arrepiaram.

16 Ele parou, mas não pude identificá-lo.

Um vulto se pôs diante dos meus olhos,

e ouvi uma voz suave, que dizia:

17 ‘Poderá algum mortal ser mais justo que Deus?

Poderá algum homem ser mais puro que o seu Criador?

18 Se Deus não confia em seus servos,

se vê erro em seus anjos e os acusa,

19 quanto mais nos que moram em casas de barro,

cujos alicerces estão no pó!

São mais facilmente esmagados que uma traça!

20 Entre o alvorecer e o crepúsculo são despedaçados;

perecem para sempre, sem ao menos serem notados.

21 Não é certo que as cordas de suas tendas

são arrancadas, e eles morrem sem sabedoria?’

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Jó 5

1 “Clame, se quiser, mas quem o ouvirá?

Para qual dos seres celestesvocê se voltará?

2 O ressentimento mata o insensato,

e a inveja destrói o tolo.

3 Eu mesmo já vi um insensato lançar raízes,

mas de repente a sua casa foi amaldiçoada.

4 Seus filhos longe estão de desfrutar segurança,

maltratados nos tribunais, não há quem os defenda.

5 Os famintos devoram a sua colheita,

tirando-a até do meio dos espinhos,

e os sedentos sugam a sua riqueza.

6 Pois o sofrimento não brota do pó,

e as dificuldades não nascem do chão.

7 No entanto, o homem nasce para as dificuldades

tão certamente como as fagulhas voam para cima.

8 “Mas, se fosse comigo, eu apelaria para Deus;

apresentaria a ele a minha causa.

9 Ele realiza maravilhas insondáveis,

milagres que não se pode contar.

10 Derrama chuva sobre a terra

e envia água sobre os campos.

11 Os humildes, ele exalta

e traz os que pranteiam a um lugar de segurança.

12 Ele frustra os planos dos astutos,

para que fracassem as mãos deles.

13 Apanha os sábios na astúcia deles,

e as maquinações dos astutos são malogradas por sua precipitação.

14 As trevas vêm sobre eles em pleno dia;

ao meio-dia eles tateiam como se fosse noite.

15 Ele salva o oprimido da espada que trazem na boca;

salva-o das garras dos poderosos.

16 Por isso os pobres têm esperança,

e a injustiça cala a própria boca.

17 “Como é feliz o homem a quem Deus corrige;

portanto, não despreze a disciplina do Todo-poderoso.

18 Pois ele fere, mas trata do ferido;

ele machuca, mas suas mãos também curam.

19 De seis desgraças ele o livrará;

em sete delas você nada sofrerá.

20 Na fome ele o livrará da morte

e na guerra o livrará do golpe da espada.

21 Você será protegido do açoite da língua

e não precisará ter medo quando a destruição chegar.

22 Você rirá da destruição e da fome

e não precisará temer as feras da terra.

23 Pois fará aliança com as pedras do campo,

e os animais selvagens estarão em paz com você.

24 Você saberá que a sua tenda é segura;

contará os bens da sua morada e de nada achará falta.

25 Você saberá que os seus filhos serão muitos,

e que os seus descendentes serão como a relva da terra.

26 Você irá para a sepultura em pleno vigor,

como um feixe recolhido no devido tempo.

27 “Verificamos isso e vimos que é verdade.

Portanto, ouça e aplique isso à sua vida”.

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Jó 6

1 Então Jó respondeu:

2 “Se tão somente pudessem pesar a minha aflição

e pôr na balança a minha desgraça!

3 Veriam que o seu peso é maior que o da areia dos mares.

Por isso as minhas palavras são tão impetuosas.

4 As flechas do Todo-poderoso estão cravadas em mim,

e o meu espírito suga delas o veneno;

os terrores de Deus me assediam.

5 Zurra o jumento selvagem se tiver capim?

Muge o boi se tiver forragem?

6 Come-se sem sal uma comida insípida?

E a clara do ovo, tem algum sabor?

7 Recuso-me a tocar nisso;

esse tipo de comida causa-me repugnância.

8 “Se tão somente fosse atendido o meu pedido,

se Deus me concedesse o meu desejo,

9 se Deus se dispusesse a esmagar-me,

a soltar a mão protetora e eliminar-me!

10 Pois eu ainda teria o consolo, minha alegria

em meio à dor implacável,

de não ter negado as palavras do Santo.

11 “Que esperança posso ter, se já não tenho forças?

Como posso ter paciência, se não tenho futuro?

12 Acaso tenho a força da pedra?

Acaso a minha carne é de bronze?

13 Haverá poder que me ajude

agora que os meus recursos se foram?

14 “Um homem desesperado deve receber a compaixão de seus amigos,

muito embora ele tenha abandonado o temor do Todo-poderoso.

15 Mas os meus irmãos enganaram-me como riachos temporários,

como os riachos que transbordam

16 quando o degelo os torna turvos

e a neve que se derrete os faz encher,

17 mas que param de fluir no tempo da seca

e no calor desaparecem dos seus leitos.

18 As caravanas se desviam de suas rotas;

sobem para lugares desertos e perecem.

19 Procuram água as caravanas de Temá,

olham esperançosos os mercadores de Sabá.

20 Ficam tristes, porque estavam confiantes;

lá chegaram tão somente para sofrer decepção.

21 Pois agora vocês de nada me valeram;

contemplam minha temível situação e se enchem de medo.

22 Alguma vez pedi a vocês que me dessem alguma coisa?

Ou que da sua riqueza pagassem resgate por mim?

23 Ou que me livrassem das mãos do inimigo?

Ou que me libertassem das garras de quem me oprime?

24 “Ensinem-me, e eu me calarei;

mostrem-me onde errei.

25 Como doem as palavras verdadeiras!

Mas o que provam os argumentos de vocês?

26 Vocês pretendem corrigir o que digo e tratar como vento

as palavras de um homem desesperado?

27 Vocês seriam capazes de pôr em sorteio o órfão

e de vender um amigo por uma bagatela!

28 “Mas agora, tenham a bondade de olhar para mim.

Será que eu mentiria na frente de vocês?

29 Reconsiderem a questão, não sejam injustos;

tornem a analisá-la,

pois a minha integridade está em jogo.

30 Há alguma iniquidade em meus lábios?

Será que a minha boca não consegue discernir a maldade?

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Jó 7

1 “Não é pesado o labor do homem na terra?

Seus dias não são como os de um assalariado?

2 Como o escravo que anseia pelas sombras do entardecer,

ou como o assalariado que espera ansioso pelo pagamento,

3 assim me deram meses de ilusão

e noites de desgraça me foram destinadas.

4 Quando me deito, fico pensando:

Quanto vai demorar para eu me levantar?

A noite se arrasta, e eu fico me virando na cama

até o amanhecer.

5 Meu corpo está coberto de vermes e cascas de ferida,

minha pele está rachada e vertendo pus.

6 “Meus dias correm mais depressa que a lançadeira do tecelão,

e chegam ao fim sem nenhuma esperança.

7 Lembra-te, ó Deus, de que a minha vida não passa de um sopro;

meus olhos jamais tornarão a ver a felicidade.

8 Os que agora me veem, nunca mais me verão;

puseste o teu olhar em mim, e já não existo.

9 Assim como a nuvem se esvai e desaparece,

assim quem desce à sepulturanão volta.

10 Nunca mais voltará ao seu lar;

a sua habitação não mais o conhecerá.

11 “Por isso não me calo;

na aflição do meu espírito desabafarei,

na amargura da minha alma farei as minhas queixas.

12 Sou eu o mar, ou o monstro das profundezas,

para que me ponhas sob guarda?

13 Quando penso que a minha cama me consolará

e que o meu leito aliviará a minha queixa,

14 mesmo aí me assustas com sonhos

e me aterrorizas com visões.

15 É melhor ser estrangulado e morrer

do que sofrer assim;

16 sinto desprezo pela minha vida!

Não vou viver para sempre;

deixa-me, pois os meus dias não têm sentido.

17 “Que é o homem,

para que lhe dês importância e atenção,

18 para que o examines a cada manhã

e o proves a cada instante?

19 Nunca desviarás de mim o teu olhar?

Nunca me deixarás a sós, nem por um instante?

20 Se pequei, que mal te causei, ó tu que vigias os homens?

Por que me tornaste teu alvo?

Acaso tornei-me um fardo para ti?

21 Por que não perdoas as minhas ofensas

e não apagas os meus pecados?

Pois logo me deitarei no pó;

tu me procurarás, mas eu já não existirei”.

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Jó 8

Bildade

1 Então Bildade, de Suá, respondeu:

2 “Até quando você vai falar desse modo?

Suas palavras são um grande vendaval!

3 Acaso Deus torce a justiça?

Será que o Todo-poderoso torce o que é direito?

4 Quando os seus filhos pecaram contra ele,

ele os castigou pelo mal que fizeram.

5 Mas, se você procurar Deus

e implorar junto ao Todo-poderoso,

6 se você for íntegro e puro,

ele se levantará agora mesmo em seu favor

e o restabelecerá no lugar que por justiça cabe a você.

7 O seu começo parecerá modesto,

mas o seu futuro será de grande prosperidade.

8 “Pergunte às gerações anteriores

e veja o que os seus pais aprenderam,

9 pois nós nascemos ontem e não sabemos nada.

Nossos dias na terra não passam de uma sombra.

10 Acaso eles não o instruirão, não lhe falarão?

Não proferirão palavras vindas do entendimento?

11 Poderá o papiro crescer senão no pântano?

Sem água cresce o junco?

12 Mal cresce e, antes de ser colhido, seca-se,

mais depressa que qualquer grama.

13 Esse é o destino de todo o que se esquece de Deus;

assim perece a esperança dos ímpios.

14 Aquilo em que ele confia é frágil,

aquilo em que se apoia é uma teia de aranha.

15 Encosta-se em sua teia, mas ela cede;

agarra-se a ela, mas ela não aguenta.

16 Ele é como uma planta bem regada ao brilho do sol,

espalhando seus brotos pelo jardim;

17 entrelaça as raízes em torno de um monte de pedras

e procura um lugar entre as rochas.

18 Mas, quando é arrancada do seu lugar,

este a rejeita e diz: ‘Nunca a vi’.

19 Esse é o fim da sua vida,

e do solo brotam outras plantas.

20 “Pois o certo é que Deus não rejeita o íntegro

e não fortalece as mãos dos que fazem o mal.

21 Mas, quanto a você, ele encherá de riso a sua boca

e de brados de alegria os seus lábios.

22 Seus inimigos se vestirão de vergonha,

e as tendas dos ímpios não mais existirão”.

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Jó 9

1 Então Jó respondeu:

2 “Bem sei que isso é verdade.

Mas como pode o mortal ser justo diante de Deus?

3 Ainda que quisesse discutir com ele,

não conseguiria argumentar nem uma vez em mil.

4 Sua sabedoria é profunda, seu poder é imenso.

Quem tentou resistir-lhe e saiu ileso?

5 Ele transporta montanhas sem que elas o saibam

e em sua ira as põe de cabeça para baixo.

6 Sacode a terra e a tira do lugar,

e faz suas colunas tremerem.

7 Fala com o sol, e ele não brilha;

ele veda e esconde a luz das estrelas.

8 Só ele estende os céus

e anda sobre as ondas do mar.

9 Ele é o Criador da Ursa e do Órion,

das Plêiades e das constelações do sul.

10 Realiza maravilhas que não se pode perscrutar,

milagres incontáveis.

11 Quando passa por mim, não posso vê-lo;

se passa junto de mim, não o percebo.

12 Se ele apanha algo, quem pode pará-lo?

Quem pode dizer-lhe: ‘O que fazes?’

13 Deus não refreia a sua ira;

até o séquito de Raabeencolheu-se diante dos seus pés.

14 “Como então poderei eu discutir com ele?

Como achar palavras para com ele argumentar?

15 Embora inocente, eu seria incapaz de responder-lhe;

poderia apenas implorar misericórdia ao meu Juiz.

16 Mesmo que eu o chamasse e ele me respondesse,

não creio que me daria ouvidos.

17 Ele me esmagaria com uma tempestade

e sem motivo multiplicaria minhas feridas.

18 Não me permitiria recuperar o fôlego,

mas me engolfaria em agruras.

19 Recorrer à força? Ele é mais poderoso!

Ao tribunal? Quem ointimará?

20 Mesmo sendo eu inocente, minha boca me condenaria;

se eu fosse íntegro, ela me declararia culpado.

21 “Conquanto eu seja íntegro, já não me importo comigo;

desprezo a minha própria vida.

22 É tudo a mesma coisa; por isso digo:

Ele destrói tanto o íntegro como o ímpio.

23 Quando um flagelo causa morte repentina,

ele zomba do desespero dos inocentes.

24 Quando um país cai nas mãos dos ímpios,

ele venda os olhos de seus juízes.

Se não é ele, quem é então?

25 “Meus dias correm mais velozes que um atleta;

eles voam sem um vislumbre de alegria.

26 Passam como barcos de papiro,

como águias que mergulham sobre as presas.

27 Se eu disser:

Vou esquecer a minha queixa,

vou mudar o meu semblante e sorrir,

28 ainda assim me apavoro com todos os meus sofrimentos,

pois sei que não me considerarás inocente.

29 Uma vez que já fui considerado culpado,

por que deveria eu lutar em vão?

30 Mesmo que eu me lavasse com sabão

e limpasse as minhas mãos com soda de lavadeira,

31 tu me atirarias num poço de lodo,

para que até as minhas roupas me detestassem.

32 “Ele não é homem como eu, para que eu lhe responda

e nos enfrentemos em juízo.

33 Se tão somente houvesse alguém

para servir de árbitro entre nós,

para impor as mãos sobre nós dois,

34 alguém que afastasse de mim a vara de Deus,

para que o seu terror não mais me assustasse!

35 Então eu falaria sem medo;

mas não é esse o caso.

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Jó 10

1 “Minha vida só me dá desgosto;

por isso darei vazão à minha queixa

e de alma amargurada me expressarei.

2 Direi a Deus: Não me condenes;

revela-me que acusações tens contra mim.

3 Tens prazer em oprimir-me,

em rejeitar a obra de tuas mãos,

enquanto sorris para o plano dos ímpios?

4 Acaso tens olhos de carne?

Enxergas como os mortais?

5 Teus dias são como os de qualquer mortal?

Os anos de tua vida são como os do homem?

6 Pois investigas a minha iniquidade

e vasculhas o meu pecado,

7 embora saibas que não sou culpado

e que ninguém pode livrar-me das tuas mãos.

8 “Foram as tuas mãos que me formaram e me fizeram.

Irás agora voltar-te e destruir-me?

9 Lembra-te de que me moldaste como o barro;

e agora me farás voltar ao pó?

10 Acaso não me despejaste como leite

e não me coalhaste como queijo?

11 Não me vestiste de pele e carne

e não me juntaste com ossos e tendões?

12 Deste-me vida e foste bondoso para comigo

e na tua providência cuidaste do meu espírito.

13 “Mas algo escondeste em teu coração,

e agora sei o que pensavas.

14 Se eu pecasse, estarias me observando

e não deixarias sem punição a minha ofensa.

15 Se eu fosse culpado, ai de mim!

Mesmo sendo inocente, não posso erguer a cabeça,

pois estou dominado pela vergonha

e mergulhado naminha aflição.

16 Se mantenho a cabeça erguida,

ficas à minha espreita como um leão

e, de novo, manifestas contra mim

o teu poder tremendo.

17 Trazes novas testemunhas contra mim

e contra mim aumentas a tua ira;

teus exércitos atacam-me em batalhões sucessivos.

18 “Então, por que me fizeste sair do ventre?

Eu preferia ter morrido antes que alguém pudesse ver-me.

19 Se tão somente eu jamais tivesse existido,

ou fosse levado direto do ventre para a sepultura!

20 Já estariam no fim os meus poucos dias?

Afasta-te de mim, para que eu tenha um instante de alegria,

21 antes que eu vá para o lugar do qual não há retorno,

para a terra de sombras e densas trevas,

22 para a terra tenebrosa como a noite,

terra de trevas e de caos,

onde até mesmo a luz é escuridão”.

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